BENZENO NÃO É FLOR QUE SE CHEIRE

 

O benzeno é um liquido incolor e de aroma doce, que em contato com o ar se evapora. A substância é liberada por processos naturais nas queimadas ou vulcões, mas a maior parte da liberação está vindo de atividade humana e é um elemento inflamável, constituinte do petróleo.

          Ele está inserido em várias coisas do nosso cotidiano, como matéria-prima nas indústrias químicas e companhias siderúrgicas. É encontrado nos plásticos, lubrificantes, tintas, agrotóxicos, detergentes, na fumaça do cigarro, alguns medicamentos e em outros compostos, mas vamos focar na gasolina.

          Os trabalhadores de postos de combustíveis sofrem diariamente com a exposição ao benzeno, principalmente os frentistas que manuseiam diretamente os combustíveis. Muitos profissionais desse setor podem estar contaminados por ele e outros químicos.

 

O benzeno é uma substância altamente cancerígena, podendo desenvolver leucemia mielóide, que está ligada a má formação de células vermelhas na medula óssea. Além disso, ele pode desregular os hormônios no organismo, por ser um disruptor endócrino. Ficar exposto por um longo período de tempo a esse composto pode causar dores de cabeça, anemia, infecção pulmonar, queimaduras na pele e problemas neurológicos. Portanto, percebemos que é um produto muito perigoso, principalmente para quem está em contato diariamente, que é o caso de quem trabalha nos postos de combustíveis.

          A atividade de frentista é um ramo em que se está em exposição o tempo todo aos riscos do combustível, óleos lubrificantes e outros produtos químicos que são vendidos nos postos. Há um contato direto nas atividades de abastecimento, lubrificação, manuseio do motor e lavagem dos veículos.

                    É sempre recomendável que se use os equipamentos de segurança de acordo com as normas da empresa, exigir esse uso é uma prova de que o dono do estabelecimento se preocupa com o bem-estar dos empregados. Funcionários que fazem a medição dos combustíveis e a descarga selada devem utilizar uma proteção respiratória de face inteira. Já os frentistas não têm a necessidade de usar a máscara de proteção respiratória, mas é essencial o uso de luvas.

          É preciso fazer o acompanhamento da saúde dos funcionários do posto, já que ficam expostos ao benzeno. Um hemograma feito periodicamente, pelo menos a cada 6 meses, já garante o controle das plaquetas e reticulócitos. Os resultados desses exames devem ser entregues ao empregador em até 30 dias após receber o resultado, depois que o contrato de trabalho for encerrado, os exames voltam ao empregado.

          As pessoas que exercem a função de frentista, lavador e lubrificador, tem o direito a aposentadoria especial. O INSS tenta esconder esse benefício, porém a lei 8213/91, garante o direito obrigatório a aposentadoria com 25 anos de contribuição especial, visto que esses funcionários ficam expostos a substâncias como o benzeno, podendo adquirir sérios danos à saúde física e biológica.